Assim como existem diversos elixires que
prometem cura, existem também uma série de aparelhos que afirmam medir a
halitose mas não são eficazes (alguns estão comercialmente disponíveis e
a preços acessíveis na Península Ibérica). Muitos destes aparelhos para
uso pessoal apresentam-se como novidades tecnológicas muito recentes
mas a verdade é que desde a década de 90 já eram comercializados em
países como o Japão (com a designação de Breath Alert, entre outros).
Em primeiro lugar, há que ter em conta que o
hálito humano pode conter mais de 3000 compostos gasosos distintos. Até
à data, não existe qualquer dúvida de que apenas os aparelhos de
cromatografia gasosa podem medir todos os compostos. Todos os restantes,
portáteis, etc., como muito, estão capacitados para medir apenas uma
parte dos compostos, como por exemplo os que contêm enxofre (e a grande
maioria destes aparelhos mede-os de modo pouco fiável). Portanto, o que
ocorre, e esta situação pode ser muito lesiva, é que uma pessoa utilize
estos aparelhos confiando que está a apurar a existência de mau hálito e
o resultado seja um falso negativo (isto é, o aparelho indica que não
existe mau hálito mas na realidade existe). E como? Porque os compostos
presentes no mau hálito de uma pessoa podem não conter as moléculas de
enxofre que estes aparelhos teoricamente medem (alguns exemplos de
compostos gasosos frequentes e que não contêm enxofre são o indol,
escatol, putrescina, etc.). Caso estes aparelhos portáteis de uso
pessoal possuíssem uma fiabilidade elevada, sem dúvida seriam uma grande
ajuda para que uma pessoa soubesse, num dado momento, se tem mau
hálito.
Em segundo lugar, estes aparelhos portáteis
também são pouco estáveis. Frequentemente, pacientes que os compram,
dizem que o aparelho, no mesmo minuto, é possível que um diagnóstico de
mau hálito seja seguido de um diagnóstico de ausência de mau hálito.
Conclui-se que, nos dias de hoje, não passam de causadores de confusão
que podem afectar negativamente a autoconfiança e a autoestima.
Aproveito para falar também sobre o
aparelho para uso em clínica – o Halimeter. Não é um cromatógrafo gasoso
mas sim um detetor/monitor de compostos sulfurados. Foi um aparelho
desenvolvido no início dos anos 90 mas que atualmente se considera
obsoleto quando comparado com as opções de vanguarda que existem
atualmente no que respeita a cromatografia gasosa. Além de que o
Halimeter não identifica individualmente cada composto de enxofre (os
CSVs), também não mede corretamente a totalidade destes. É uma realidade
amplamente reconhecida pela comunidade científica que sensibilidade ao
composto de enxofre dimetilssulfuro, por exemplo, é muito baixa.
Portanto, sempre recomendamos que, no caso
de alguém querer saber se tem ou não mau hálito, deve primeiro perguntar
a um familiar ou amigo (confidente). Se existe a confirmação e se quer
saber qual a causa e tratar (ou se o paciente não se sente à vontade em
dissipar esta dúvida com o confidente), deverá buscar um departamento
clínico que possua um aparelho de cromatografia gasosa de modo a
identificar e medir os compostos presentes no hálito.
http://www.halito.pt/faq/aparelhos-para-medir-halitose.html
(Perguntas ao Dr. Jonas Nunes)
seu texto é eclarecedor. A informação é na realidade de utilidade pública e por este motivo que republicamos no Portal Halito.
ResponderEliminaro Grupo Halito é formado por profissionais especializados em periodontia e que se dedicam ao estudo, pesquisa e atendimento clínico de pacientes portadores de halitose. É comum muitos pacientes chegarem confusos e desconfiados sobre a melhor forma de se diagnosticar e tratar a halitose.
muitos pagam preços abusivos para serem submetidos a monitores portáteis que são muito mais úteis ao profissional do que aos pacientes.
atualmente nenhum dos monitores portáteis conhecidos apresentam sensibilidade e especificidade necessárias para serem considerados "padrão ouro" no diagnóstico de halitose, entretanto, o monitor mais utilizado em pesquisas e na clínica no Brasil ainda é o Halimeter. É de fácil manuseio, de custo viável e oferece a informacão mais importante para o paciente e para o profissional: a concentração de enxofre que o indivíduo apresenta no ar expirado, independente se a halitose é perceptível ou não.
é importante ressaltar que a melhor forma de avaliar o hálito ainda é através do olfato (exame organoléptico) e que dificilmente será substituido por um aparelho.
a tecnologia necessita melhorar muito neste campo, mas clinicamente o halimeter é ainda o monitor portátil mais bem aceito entre os profissionais. Bem aferido e sabendo utilizar, é uma boa ferramenta.
http://www.halito.com.br/br/noticias-122-existem-aparelhos-para-medir-o-mau-halito-ou-halitose.html