Primeiramente, há que ter bastante claro o
que é a halitose fisiológica que todos podemos ter (ex.: a que ocorre ao
despertar ou durante os jejuns prolongados) e a halitose patológica ou
crónica (a que sucede frequentemente mesmo pouco depois de comer ou
realizar a higiene oral). Esta última, a halitose patológica, quase
sempre é impossível de prevenir. A forma de evitá-la é o tratamento e
não a prevenção.
Em relação à halitose fisiológica (que em
muitos casos está relacionada com maus hábitos) pode ser evitada
recorrendo a diferentes estratégias como: comer a cada 4 horas, evitar
as comidas condimentadas e odorantes, evitar o álcool, o café, o tabaco,
evitar as dietas hiperproteicas, hipocalóricas, as comidas ricas em
gorduras, beber 1,5 litros de água por dia e realizar dois procedimentos
básicos de higiene oral – o uso do fio dentário e a limpeza da língua.
No entanto, se apesar de isto o mau hálito persistir, então a halitose
deve ser considerada patológica (e não fisiológica), estando indicada a
consulta do hálito. É importante salientar esta realidade já que muitos
pacientes que nos visitam adotam hábitos compulsivos como escovar os
dentes ou utilizar elixires 5-6 vezes ao dia, etc. Compreende-se que
tentam evitar ao máximo a manifestação de mau hálito, porém infelizmente
o excesso de zelo em relação aos cuidados preventivos (quando a
halitose é patológica) não resulta num resultado benéfico y duradouro em
relação ao hálito.
Sobre os cuidados de higiene oral mais
importantes para a prevenção do mau hálito, ainda que não esteja
amplamente divulgado, diversos estudos realizados até à data que
compararam o hálito de pessoas que usavam elixires regularmente e
pessoas que não usavam, duas horas depois de utilizá-los, não se
verificou diferenças no hálito de ambos grupos (isto é, duas horas
depois de utilizar um elixir, o estado do hálito das pessoas que
utilizam elixires é o mesmo das pessoas que não utilizam. Ainda que
estes estudos científicos o comprovem, esta é uma realidade que os
pacientes que vêm à consulta pela primeira vez admitem ter constatado
eles mesmos.
Lamentavelmente, estes resultados sobre a
eficácia dos elixires, não são muito divulgados talvez pelos interesses
comerciais associados mas os estudos estão publicados e disponíveis para
consulta nas principais bases de dados médicas mundiais (como o
PubMed/Medline). Por outros lado, quando comparado o estado do hálito
entre pessoas que utilizam regularmente o fio dentário e/ou o limpador
de língua e aqueles que não utilizam nenhum deles, observou-se que o
hálito deste último grupo era manifestamente pior. O uso regular de fio
dentário e a limpeza regular da língua são bastante mais relevantes na
prevenção de halitose em comparação com a utilização regular de
elixires.
http://www.halito.pt/faq/evitar-prevenir-mau-halito.html
(Perguntas ao Dr Jonas Nunes)
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